Um ensaio feminino potente em Serra Grande, Bahia.
- Bruna Barbosa

- 28 de out. de 2021
- 2 min de leitura
"Fotografar a força que vem de uma base firme, mas que nem sempre é confortável"
Não é de hoje a minha conexão com imagens que retratam a potência de uma mulher. Criar experiências fotográficas que envolvem o campo do feminino também é uma forma de me curar.
A cada encontro, me reconheço um pouquinho nessas mulheres que trazem questões tão particulares, porém universais. Me parece que estamos todas buscando construir uma base firme, um alicerce que dá suporte para nossos valores inegociáveis para que possamos seguir confiantes nas nossas escolhas, nos nossos “nãos" para o mundo, assumindo quem somos de verdade.
A Helô surgiu de um encontro de reconhecimento. Em um momento onde meus sentimentos em relação a prática de ashtanga yoga estavam confusos, processos que passamos no caminho… e ela, como praticante há quase 20 anos, me trouxe uma nova perspectiva da prática, do corpo e do sentido que damos nessa relação íntima diária.
Papo vai, papo vem, chegamos na dança. Um tema relativamente sensível para mim que nunca tive coragem de seguir esse caminho que sempre pulsou aqui dentro (mas esse é outro papo). A dança é movimento, é criar intimidade com seu corpo, seus órgãos, seus sentidos, emoções de dentro pra fora.
Juntamos esses dois elementos (yoga e dança) e nos preparamos para esse ensaio feminino!
O yoga veio como um primeiro pulsar para soltar o corpo e a tensão que existe no início de cada trabalho. É natural, nem todo mundo se sente confortável de primeira com uma câmera apontando para você e por isso eu sempre prezo pelo acolhimento e espaço, para que haja um lugar de conforto, de naturalidade nas expressões e movimentos.
Por volta das 8 horas da manhã, tínhamos essa luz contra lindíssima surgindo do horizonte, uma das minhas preferidas.

Construir uma imagem de sutileza para os movimentos do yoga requer um olhar curioso para uma criação diferente de tantas imagens que vemos nas redes sociais. Eu queria fotografar o espaço “entre”, o sutil.
Depois de algumas posturas, o corpo foi tomando formas desconstruídas, através de uma escuta interna para movimentos que queríamos retratar.
Partimos da base, que nos dá sustentação para movimentar o nosso corpo e daí falamos sobre a sensação de contração. Acolhimento ou rigidez? De que contração estamos falando e como ela se relaciona ao momento que você está vivendo agora?


Observe o que está pulsando dentro de você.


Da contração, os movimentos foram ganhando espaço, descamando camadas que não servem mais em direção a uma soltura. Soltar também pode ser dolorido no início. Carregamos muitas crenças limitante que nos impedem de fluir.




Como citei no início, esse foi um encontro de reconhecimento. Particularmente um reconhecer do meu corpo e de uma vontade interna gigante de dançar e sentir. A Helô veio para mostrar que essa busca ainda pode ser vivida por mim. Desistir dos nossos impulsos internos é como apagar uma chama essencial para nosso fortalecimento. Acredite na sua busca.
Obrigada Helô, por todos os portais que se abriram com a nossa troca!














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